20 anos atrás, o drama de Camila (Carolina Dieckmann) em (2000) fez o número de doadores de doadores de medula óssea registrar no Brasil, mas também gerou uma espécie de “câncer”, segundo médicos ouvidos pela imprensa na época.
Na trama de Manoel Carlos, que está sendo repetida no, após passar a perna na mãe, Helena (Vera Fischer), ela descobre que está com leucemia.
A luta da menina comoveu o Brasil, especialmente na cena em que ela, batendo recordes de audiência na ocasião.
Os médicos de espanto social, que o viram subir, todos os dias, o número de pessoas interessados em se tornarem doadores de medula óssea.
“A partir de novembro, quando a leucemia começou a ser abordada, até a segunda semana de janeiro, o número médio de inscritos no Registro Brasileiro Dos Voluntários (Redome) saltou de cinco por semana (20 por mês) para 225 por mês (900 por mês), um crescimento de 4,400%”, reportou O Globo em 21 de janeiro de 2001.
” Em novembro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) Registrou apenas dez novos registros por mês. A partir desta sexta-feira, o número já havia subido para 149 nas três primeiras semanas do ano. Também apenas em janeiro, ele chegou ao Instituto Estadual de Hematologia (HemoRio) 154 pessoas que queriam se registrar como doador, quando o número até dezembro não chegava a dez por mês, “ele completou a história.
Cancerofobia
No entanto, não foi tudo positivo: alguns médicos ouvidos pela imprensa disseram que a novela despertou a curiosidade dos espectadores, mas também espalh ou o pânico em muitas pessoas.
” Todas as vezes que uma novela ou filme mostra alguém que sofre de câncer começa um câncer de verdade “, o oncologista e diretor do Instituto Paulista de Cancerologia, Guilherme Mendes Filho, disse ao jornal O Estado de S. Paulo entre abril de 2001 e 2001. “Mesmo minha esposa no outro dia veio me acordar querendo saber se a dor no joelho dela poderia significar leucemia”, acrescentou ela.
De acordo com o médico, o perigo do foco da questão na televisão seria o uso incorreto de termos médicos, levando as pessoas a fazer associações absurdas. “Calculando que 70% das consultas, em geral, são mais sobre problemas de relacionamento e para os psicólogos do que para os médicos”, avaliou o especialista.
Na revista O Globo, o hematologista Fabio Nucci disse o mesmo. ” Eu nunca tinha visto ninguém buscar minha especialidade espontaneamente, sem outra indicação médica. Eles assistem à novela, eles veem aquele drama e acham que eu estou escondendo a verdade, que há algo mais sério acontecendo com eles, ” acrescentou.
Para responder àqueles que acusaram o autor Manoel Carlos de subestimar os efeitos da doença, ele criou outra personagem, Marcela (Paula Tolentino), que faz amizade com Camilla no hospital e acaba morrendo no decorrer da trama.
Camilla, no entanto, cura e termina a trama. Camilla sobreviverá, mas Marcela vai morrer. É uma forma de ajudar na unidade de doação de medula e mostrar a dura realidade da doença, ” Maneco concluiu.