Os apresentadores do jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos foram convocados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para depor em uma investigação que espreita um caso.
A pedido dos advogados do senador Flávio Bolsonaro, os telégrafos da emissora são proibidos pela Justiça de mostrar documentos do caso que apura um suposto esquema de “craqueamento” na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
As ordens de intimação foram registradas na sexta-feira (4). Em nota à TV News, o Globo respondeu que não se manifestará “sobre os processos judiciais em curso”.
De acordo com os documentos obtidos pelo portal, os âncoras têm que comparecer à sede da DRCI (Estação Pressão para Crimes de Informática) na tarde da próxima quarta-feira (9). Além das âncoras, Bonner e Renata fazem o papel de editores da Revista Nacional — a como uma cabeça e ela como executiva.
Caso os jornalistas parem de aparecer no local, data e hora estipulados sem justificativa eles vão cometer “delito de desobediência, previsto no Artigo 330 do Código Penal”.
O processo contra jornalistas da Globo foi aberto pela defesa de Flavio Bolsonaro em novembro. Os advogados alegam que o telejornal viro, mesmo proibido pela Justiça, informava sobre a investigação que trata do esquema de “craqueamento”.
Flávio Bolsonaro x Globo
Em 4 de setembro, a juíza Cristina Serra Feijo, do 33º Vara Cível do Rio de Janeiro, colocou uma ação da defesa do filho de Jair Bolsonaro e decidiu que os Globos não poderiam mostrar documentos sobre os erros dos procuradores ‘ Investigações sobre o suposto esquema de “craqueamento” na Alerj.
A justificativa é que o caso está em segredo de justiça. A Globo recorreu à decisão, mas a Justiça manteve a proibição. Desde então, a emissora informa que é proibido mostrar partes relacionadas ao caso e trata a ação como censura.
As entidades de imprensa, como as da Associação Imprensa Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Nacional de Newspapers (ANJ), também.
Em novembro, Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato. Conhecido como o “caso Queiroz”, a investigação aborda a prática da “rachadinha” (quando servidores públicos devolvem parte do salário ao parlamentar), a partir do momento em que Flávio Bolsonaro foi deputado estadual.